JORNAL DO ESTADO ENTREVISTA PRESIDENTE DO SINDCFC/RN

O presidente do Sindcfc/RN foi página de entrevista no Jornal do Estado, veiculado em Parnamirim, na edição de junho. A conversa comandada pelo jornalista Genilson Souto abordou os principais temas que vem sendo destaque na categoria em 2019, como a presença do RN na Feneauto, os resultados financeiros do segmento e o preço da formação dos condutores no Estado potiguar. Veja:

ENTREVISTA – Eduardo Domingo
Presidente do Sindicato do Centro de Formação de Condutores do RN – Sindcfc/RN

JORNAL DO ESTADO – O sindicato é filiado a FENEAUTO, que é a Federação Nacional das Autoescolas e Centro de Formação de Condutores. O que isso representa em termos de representação para a categoria aqui no estado do RN?

Resposta: O que representa é ter um sindicato participativo nas decisões junto ao Contran e ao Denatran, podendo repassar isso para a categoria no RN. Antes da nossa gestão, nós éramos isolados, vivendo apenas o contexto regional. Hoje estamos no âmbito federal, atuando diretamente.

JORNAL DO ESTADO – Quais as principais atribuições do Sindicato dos C.F.C.s do Estado do Rio Grande do Norte?

Resposta: Nossa atribuição principal é representar os CFCs junto ao Detran, lutando em prol da categoria, para atingir melhorias no processo de formação de condutores e na qualidade do serviço oferecido. Além disso, pelo contexto federal, também existe a atuação em conjunto com a Feneauto, para defender mudanças e avanços positivos para o segmento.

JORNAL DO ESTADO – Que tipo de relacionamento o sindicato mantém com o DETRAN?

Resposta: Temos um bom relacionamento sim. Muitas vezes há discordâncias, mas sempre procuramos o diálogo, para colocar as propostas da categoria no melhor ambiente possível e ter êxito nessa parceria público-privada. Independente da gestão, os empresários permanecem no ramo e torna-se fundamental alimentar uma boa relação com o órgão.

JORNAL DO ESTADO – O senhor é o presidente aqui no RN e também ocupa o cargo de diretor executivo nacional. Que análise o senhor faz dessa dupla responsabilidade perante a categoria?

Resposta: Eu reconheço um trabalho árduo, que honro com o maior prazer e orgulho, de representar a categoria em nosso Estado. E ressalto um orgulho ainda maior de colocar nosso Estado nos holofotes nacionais. Foi essa gestão que conquistou isso e felizmente temos conseguido manter essa identidade bem quista no país.

JORNAL DO ESTADO – Como o senhor observa o mercado das autoescolas e centros de formação neste momento?

Resposta: Hoje vejo o segmento com uma tristeza muito grande. Nossa categoria vem amargando uma crise financeira profunda e temos que reformular esse mercado, procurando aumentar a qualidade de ensino, reformulando os processos e o ensino, para nos reinventarmos como empresários e conseguir sair do atoleiro. Só assim teremos condições de sobreviver às mudanças tecnológicas que estão chegando.

JORNAL DO ESTADO – Quais as maiores reclamações dos empresários do setor?

Resposta: A maior reclamação do setor hoje, sem dúvida, é a falta do cliente. Nós disputamos nosso cliente com a Uber, com as novas tecnologias, com tudo. Os jovens brasileiros não possuem mais a prioridade de tirar a CNH aos 18 anos. Ele quer dividir o serviço de aplicativo com o amigo, gastar com um celular da moda, com um computador top, e não ter a despesa mensal de um carro. Isso impacta diretamente o mercado e precisamos aprender a trabalhar nessa tendência.

JORNAL DO ESTADO – Por que tirar uma habilitação no Brasil é tão cara?

Resposta: No Brasil, e principalmente no RN, temos um preço completamente defasado. Hoje, uma motocicleta 155cc custa R$ 9 mil reais e uma CNH, que é um documento para a vida toda, que permite profissão para tantos, temos valores de R$ 1 mil. Eu respeito as opiniões diversas, mas, não faço essa análise de que a formação de condutores seja cara. Estamos falando de aprendizagem teórica e prática para manuseio de um veículo que, sem a devida condução, causa consequências gravíssimas. Em outros setores da educação, por exemplo, não temos esses questionamentos sobre valores – todos querem excelência, independente do quanto isso custe.

JORNAL DO ESTADO – Que orientação o Sindcfc/RN tem dado aos seus associados no sentido de melhorar mais os serviços oferecidos aos futuros motoristas?

Resposta: A orientação que damos é o zelo pela qualidade de ensino, pois lidamos com vidas e temos que ter um gerenciamento constante desse objetivo. Hoje a boa formação do condutor é primordial e, com os avanços tecnológicos, cada vez mais precisamos potencializar a aprendizagem dos futuros condutores.
Considerações Finais:
Eu considero que vale destacar nossa luta para acompanhar a tecnologia, o EAD, que já está nas Universidades e vai chegar no segmento, assim como outros avanços digitais, sempre frisando que o importante é manter a qualidade de ensino no ritmo adequado. Os CFCs são fundamentais para a população e a má formação dos motoristas impacta a vida de famílias, do Estado, a rotina de hospitais, etc. Sempre digo que o candidato a CNH tem que estar sempre aberto ao máximo de conhecimento possível e nossa prestação de serviço precisa ter essa finalidade, em parceria do Detran, Contran e Denatran. É um trabalho de muitos atores, em prol de um trânsito seguro.